Circuitos Elétricos: Improviso Perigoso

Por Claudinei Monteiro*

Diversas origens podem desencadear um incêndio, como um botijão de gás mal instalado, fogões com chamas apagadas, fósforos, entre outros. Esse cenário pode resultar de esquecimentos, brincadeiras de crianças sem a supervisão de um adulto ou até mesmo causas criminosas. No entanto, na maioria das vezes, os sinistros em residências e escritórios têm início devido a instalações elétricas mal dimensionadas e proteção ineficiente.

Adicionalmente, muitas pessoas escolhem adaptadores do tipo “benjamins” ou em formato “T” para otimizar o uso de uma tomada. No entanto, essa prática deve ser realizada com cautela, pois eletrodomésticos como micro-ondas, geladeiras, máquinas de lavar e aquecedores consomem muita corrente. Ligá-los na mesma tomada pode sobrecarregar a instalação, causando superaquecimento nas conexões e, consequentemente, originando um incêndio.

Assim, para garantir a conexão segura de diversos equipamentos em uma tomada, recomenda-se a utilização de um filtro de linha. Em resumo, esse dispositivo elimina ou atenua surtos de tensão e possui um fusível ou disjuntor que impede a passagem de corrente inadequada pela tomada. Isso evita sobrecargas nos adaptadores e nos eletrodomésticos.

Garantir cabeamento suficiente para conduzir a corrente necessária é essencial nos circuitos elétricos. A instalação deve incorporar proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos, empregando disjuntores ou fusíveis. Além disso, confiar os cuidados com os circuitos elétricos a amadores representa um risco adicional. Por essa razão, é fundamental consultar um profissional para avaliar a quantidade de tomadas na residência ou escritório, bem como as lâmpadas e aparelhos que serão alimentados. A documentação também requer atenção, assegurando que futuras expansões sejam realizadas adequadamente e em conformidade com os limites de cabos e disjuntores.

Riscos de circuitos elétricos sem o cabeamento correto

Os circuitos elétricos apresentam vários riscos quando não se utiliza o cabeamento adequado. Se a corrente excede a capacidade suportada, inevitavelmente, ocorre o aquecimento. A ausência de proteção resulta no contínuo aquecimento do cabo, causando danos irreversíveis na isolação e podendo ocasionar curtos-circuitos em cabos próximos. Em resumo, essa condição pode provocar incêndios se houver materiais inflamáveis nas proximidades. Portanto, é crucial buscar produtos certificados, pois aqueles sem testes independentes podem ter especificações técnicas divergentes das declaradas.

Residências e escritórios mais antigos requerem atenção especial. É fundamental realizar uma revisão periódica da rede elétrica, avaliando a condição dos cabos e a isolação comprometida pelo tempo. Fios ressecados, deteriorados ou conexões oxidadas podem gerar superaquecimento.

Para garantir a segurança dos equipamentos e da própria rede, é recomendável o uso de estabilizadores de tensão em redes elétricas instáveis. Já em sistemas de informática sujeitos a quedas de energia, a utilização de nobreaks é aconselhável.

A precaução durante chuvas intensas também é essencial. Durante tempestades com raios, as redes elétricas ficam suscetíveis a surtos de tensão, especialmente em projetos mal dimensionados. Esses surtos não costumam causar incêndios, mas podem danificar seriamente equipamentos eletrônicos.

Cuidados em dias de chuva também evitam muitas dores de cabeça. Durante tempestades com raios, as redes elétricas ficam sujeitas a surtos de tensão. A instabilidade é ainda mais comum com projetos mal dimensionados. Esses surtos não costumam causar incêndio, mas são responsáveis por uma série de danos em equipamentos eletrônicos.

Mudanças com a NBR 14136

Em meados de 2006, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) estabeleceu a obrigatoriedade de um novo padrão para plugues e tomadas em todo o território nacional. A norma NBR 14136 determinou a padronização do encaixe em formato hexagonal com três furos e que internamente possui três pequenos pinos ocos conectados à fiação. Assim, fabricantes e comerciantes de materiais elétricos e eletrodomésticos passaram a produzir e vender apenas acessórios e aparelhos com três pinos.

Recursos que oferecem mais segurança para o usuário

A parte rebaixada da introdução do plugue impede parcialmente sua inserção, com o propósito de evitar a exposição do pino energizado e prevenir a inserção unipolar. Nesse cenário, onde apenas um dos dois pinos é energizado, o outro permanece com uma tensão perigosa. Equipamentos como nobreaks, estabilizadores de tensão, filtros de linha e extensões podem apresentar essa condição, garantindo que qualquer pessoa, inclusive crianças, possa conectar um plugue à tomada sem risco de choque elétrico.

Uma característica frequentemente alvo de reclamações é a disparidade entre plugues para correntes de 20A e 10A. Os pinos possuem diâmetros distintos nessas duas configurações, sendo comum a necessidade de conectar eletrodomésticos com plugue de 20A em locais onde só existem tomadas de 10A. Embora fosse benéfico que todas as tomadas suportassem 20A, isso implicaria em uma instalação que suportasse desnecessariamente essa corrente, aumentando os custos.

Dessa forma, é crucial que as instalações planejem oferecer corrente menor na maioria das tomadas. Esses componentes devem ser projetados para fornecer até 20A apenas nos locais onde a conexão de equipamentos específicos, como fornos, secadores de cabelo, aquecedores e máquinas de lavar, seja necessária. Consequentemente, garantimos uma abordagem eficiente e segura para o uso diário das instalações elétricas, minimizando riscos e proporcionando conveniência aos usuários.

 

*Claudinei Monteiro – coordenador de desenvolvimento de produtos da TS Shara

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