Diferença entre tomada NBR 14136 e padrões antigos: o que mudou

Plugue de três pinos próximo a tomada padrão NBR 14136 com destaque para o título.

Quem atua com infraestrutura elétrica sabe que o Brasil conviveu, por muitos anos, com a falta de padronização em tomadas. 

Cada fabricante adota um modelo diferente, e era comum encontrar plugues incompatíveis, adaptadores improvisados e riscos constantes de falhas elétricas.

Com a adoção obrigatória da NBR 14136, em 2011, o país passou a contar com um padrão único de tomadas e plugues, trazendo maior segurança, eficiência e organização às instalações. Mas, afinal, o que realmente mudou em relação aos modelos antigos?

Neste texto, vamos analisar as principais diferenças e os impactos práticos dessa mudança em ambientes que exigem confiabilidade máxima, como sistemas de monitoramento e operações bancárias.

O cenário antes da NBR 14136

Antes da norma, não havia padronização nacional. Isso significava que cada prédio, residência ou empresa podia ter tomadas diferentes, planas, redondas, largas, estreitas, dependendo da época da instalação e do fabricante.

Problemas comuns no padrão antigo:

  • Uso excessivo de adaptadores (“benjamins”), que geravam mau contato.

  • Equipamentos de alto consumo conectados a tomadas subdimensionadas.

  • Ausência de aterramento em grande parte das instalações.

  • Riscos de aquecimento, choques e até incêndios.

  • Dificuldade para integradores planejarem e manterem infraestrutura crítica.

Tomada com plugue em chamas devido a sobrecarga elétrica.

Para quem precisava instalar equipamentos de segurança ou sistemas de TI, essa falta de padrão significava mais tempo em ajustes improvisados e menos confiabilidade.

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O que a NBR 14136 trouxe de diferente?

A criação da NBR 14136 representou uma mudança profunda no modo como o Brasil lida com instalações elétricas. 

Até então, cada ambiente podia apresentar tomadas diferentes, muitas vezes sem critérios técnicos, o que gerava improvisos e aumentava os riscos. 

Com a norma, passou a existir um modelo único e normatizado, que trouxe melhorias significativas em segurança, eficiência e padronização.

a – Três pinos cilíndricos

O padrão estabeleceu três pinos: dois correspondem à fase e ao neutro, responsáveis pela condução da energia, e o terceiro é destinado ao fio terra. 

Esse último é o grande diferencial em termos de proteção, pois garante que eventuais fugas de corrente sejam desviadas com segurança. 

Na prática, isso significa redução do risco de choques elétricos e danos a equipamentos sensíveis.

b – Dois tamanhos de plugue

Outro avanço importante foi a diferenciação de bitolas: 4 mm para equipamentos de até 10 A e 4,8 mm para equipamentos de até 20 A. 

Essa medida impede que aparelhos de maior consumo sejam conectados em tomadas inadequadas, o que antes era comum e resultava em sobrecarga. 

Agora, há um controle natural da capacidade elétrica, trazendo mais confiabilidade para ambientes de alto consumo.

c – Encaixe firme e profundo

As tomadas no novo padrão possuem encaixe mais profundo e preciso, garantindo contato firme entre plugue e tomada. 

Essa mudança evita folgas, mau contato e superaquecimento, problemas recorrentes nos padrões antigos. 

Para equipamentos críticos, como servidores, DVRs e caixas eletrônicos, essa diferença é decisiva para evitar desligamentos inesperados.

d – Compatibilidade definida

Com a normatização, todos os novos equipamentos fabricados no Brasil passaram a adotar o mesmo padrão. Isso eliminou a diversidade de modelos e a necessidade de múltiplos adaptadores. 

O resultado é uma instalação mais limpa, organizada e de fácil manutenção, o que reduz custos operacionais e simplifica auditorias em ambientes corporativos e bancários.

Em resumo, a NBR 14136 trouxe um conjunto de mudanças que tornaram as instalações elétricas mais seguras, padronizadas e confiáveis, atendendo não apenas a uma exigência legal, mas também a uma demanda real de quem depende de energia elétrica contínua e estável para manter operações críticas funcionando sem interrupções.

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Comparativo entre tomadas antigas e a NBR 14136

 

Aspecto Padrões antigos NBR 14136
Número de pinos 2 pinos (sem terra) 3 pinos (fase, neutro e terra)
Formato dos pinos Variados (planos, redondos, mistos) Cilíndricos, padronizados
Capacidade elétrica Não diferenciada 10 A (pinos de 4 mm) / 20 A (pinos de 4,8 mm)
Encaixe Raso, com folgas Mais profundo e firme, reduz mau contato
Segurança contra choques Baixa, sem aterramento Alta, com pino de terra obrigatório
Compatibilidade Diversidade de modelos Único padrão em todo o Brasil

 

Impactos da mudança em sistemas críticos

A diferença entre os padrões vai além da estética: ela impacta diretamente a segurança e a confiabilidade em ambientes que dependem de energia constante.

No CFTV:

  • A redução do uso de adaptadores diminuiu falhas em racks de câmeras e DVRs.

  • O aterramento passou a proteger equipamentos contra surtos elétricos.

  • A padronização facilitou a montagem de infraestrutura organizada.

Nos sistemas bancários:

  • Caixas eletrônicos passaram a operar em tomadas padronizadas, evitando sobrecargas.

  • Centrais de dados e TI ficaram mais seguras contra mau contato e aquecimento.

  • Auditorias se tornaram mais simples, com instalações adequadas à norma.

Vantagens práticas para projetos atuais

Para quem projeta e integra sistemas, a mudança trouxe benefícios claros:

  • Segurança elétrica aprimorada: menos risco de choques e falhas em equipamentos sensíveis.

  • Padronização nacional: simplifica orçamentos e projetos de grande escala.

  • Organização das instalações: racks e salas técnicas sem improvisos de adaptadores.

  • Redução de custos de manutenção: menos falhas e substituições por mau contato.

Confiabilidade para o cliente final: mais robustez em ambientes críticos.

Filtro de linha TS Shara com 8 tomadas anguladas e botão liga/desliga.

Como lidar com instalações antigas

Mesmo após a obrigatoriedade da norma, muitos prédios e agências ainda mantêm tomadas antigas.

Nesses casos, é papel do profissional avaliar riscos e propor adequações.

Boas práticas:

  • Mapear tomadas fora do padrão durante vistorias.

  • Recomendar a substituição por tomadas no modelo NBR 14136.

  • Evitar uso prolongado de adaptadores.

  • Garantir que o aterramento seja funcional.

Essa atualização, muitas vezes vista como “detalhe”, pode ser decisiva para a segurança e continuidade das operações.

Checklist prático: adequando-se à NBR 14136

  1. Identifique padrões antigos ainda presentes no ambiente.

  2. Substitua tomadas e plugues não compatíveis por modelos normatizados.

  3. Verifique o aterramento real de todas as tomadas instaladas.

  4. Classifique os equipamentos conforme carga (10 A ou 20 A).

  5. Padronize réguas e extensões de racks e centrais de monitoramento.

  6. Integre com nobreaks e geradores também no padrão.

Conclusão

A mudança do padrão antigo de tomadas para a NBR 14136 não foi apenas estética ou burocrática.

Ela trouxe um avanço real em segurança elétrica, confiabilidade e padronização, especialmente importante em ambientes que não podem parar como monitoramento por CFTV e sistemas bancários.

Para quem projeta e mantém essas infraestruturas, entender as diferenças entre os padrões é essencial. Mais do que cumprir uma norma, trata-se de garantir que nenhum detalhe elétrico comprometa a continuidade da operação.

Perguntas Frequentes

  1. Quais as principais diferenças entre a NBR 14136 e os padrões antigos?
    O padrão atual inclui três pinos, aterramento obrigatório, dois tamanhos de corrente (10 A e 20 A) e encaixe mais seguro.
  2. Preciso trocar todas as tomadas antigas em uma agência bancária?
    Sim, em ambientes críticos é recomendável substituir para reduzir riscos de falhas e estar em conformidade com a norma.
  3. É permitido usar adaptadores para padrões antigos?
    Embora comuns, não é recomendado. Adaptadores aumentam o risco de mau contato e falhas elétricas.
  4. A NBR 14136 melhora a segurança em sistemas de CFTV?
    Sim. Com aterramento e conexões firmes, o risco de desligamentos e danos a câmeras e gravadores é reduzido.
  5. O que acontece se eu ligar um equipamento de 20 A em uma tomada de 10 A?
    Isso pode gerar sobrecarga e aquecimento, comprometendo tanto o equipamento quanto a instalação.

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