Descargas elétricas não avisam. Elas chegam de forma repentina, silenciosa — e, muitas vezes, devastadoras.
Diferente de uma queda de energia que pode ser notada imediatamente, os efeitos de uma descarga elétrica nem sempre são visíveis na hora, mas os prejuízos podem surgir dias depois, em forma de falhas intermitentes, queima de placas, perda de dados e até paralisação total de operações.
Para empresas que dependem de sistemas eletrônicos para funcionar — seja na indústria, comércio ou setor de serviços — entender os riscos associados às descargas elétricas é mais do que uma precaução: é uma medida estratégica de proteção patrimonial e operacional.
O que são descargas elétricas?
Descargas elétricas são manifestações de energia geradas por diferenças de potencial elétrico entre a atmosfera e o solo ou entre nuvens.
As mais conhecidas são os raios, que podem atingir até 1 milhão de volts e causar picos de corrente superiores a 200 mil amperes.
Porém, não são apenas as descargas atmosféricas que causam danos. Oscilações dentro da própria rede elétrica, provocadas por curtos-circuitos, religamentos automáticos ou manobras na rede de distribuição, também geram picos de tensão com potencial destrutivo.
Mesmo que uma descarga não atinja diretamente a instalação, ela pode induzir sobretensões através de cabos elétricos, linhas telefônicas, antenas ou sistemas de dados.
O resultado? Queima de fontes, placas-mãe, controladores lógicos programáveis (CLPs), servidores e outros componentes essenciais.
Como as descargas elétricas afetam os equipamentos?
Os impactos podem ser imediatos ou cumulativos:
- Dano instantâneo: queima de circuitos internos, fusíveis, fontes e outros componentes por sobrecarga.
- Desgaste progressivo: com o tempo, os pequenos surtos repetitivos enfraquecem os componentes até que eles falhem sem aviso.
- Corrosão interna: correntes induzidas podem alterar a composição química de trilhas e soldas em placas eletrônicas.
- Perda de dados: surtos afetam diretamente servidores, storages e dispositivos de backup, podendo corromper sistemas inteiros.
Empresas que operam com CFTV, automação predial, linhas de produção ou atendimento digitalizado são especialmente vulneráveis. Muitas vezes, a perda não é apenas material — é operacional.
Onde os riscos se escondem?
Mesmo instalações que aparentam estar protegidas podem ser vulneráveis em pontos específicos:
- Entrada de energia da rede pública
- Linhas telefônicas ou de internet
- Antenas externas
- Cabos de rede interligando diferentes prédios
- Painéis fotovoltaicos sem proteção contra surtos
Além disso, muitos negócios acreditam que disjuntores e fusíveis comuns são suficientes. Não são. Eles protegem contra sobrecarga, mas não atuam com a velocidade necessária para conter surtos transitórios.
Como evitar prejuízos com descargas elétricas?
A proteção efetiva exige uma abordagem em camadas:
1. Uso de DPS (dispositivos de proteção contra surtos)
Instalados nos quadros de distribuição, os DPS desviam surtos de tensão para o aterramento antes que eles atinjam os equipamentos. Existem diferentes classes (tipo 1, 2 e 3), que devem ser combinadas conforme o tipo de risco e a distância até os equipamentos.
2. Aterramento elétrico eficiente
Sem um sistema de aterramento adequado, os DPS não funcionam corretamente. O aterramento precisa estar dimensionado para dissipar a energia de forma segura, com baixa impedância e conexão direta ao sistema de proteção.
3. Uso de nobreaks e filtros de linha de qualidade
Nobreaks com proteção contra surtos e filtros de linha com supressores de transientes são fundamentais para proteger estações de trabalho, servidores e equipamentos sensíveis. Eles atuam como uma barreira adicional e ainda garantem o funcionamento em casos de queda de energia.
4. Proteção em interfaces de dados e sinal
Cabos de rede, HDMI, coaxiais e USB também conduzem surtos. Equipamentos com isolação galvânica, protetores de linha de dados e switches industriais com proteção contra ESD evitam danos em cascata.
5. Monitoramento e manutenção preventiva
Inspeções periódicas, termografia de painéis, verificação do sistema de aterramento e testes nos dispositivos de proteção evitam falhas por desgaste ou desatenção.
Consequências invisíveis: por que agir agora?
Muitas empresas só percebem o risco das descargas elétricas depois do prejuízo. Um único pico pode:
- Interromper a produção por horas
- Gerar perdas de contratos e faturamento
- Comprometer o funcionamento de sistemas de segurança
- Danificar equipamentos de alto valor
- Exigir retrabalho, reconfiguração e substituição de hardware
Ou seja: é um risco silencioso, mas com alto impacto financeiro e operacional.
Sinais de que seu sistema já foi afetado por descargas elétricas
Muitas vezes, os efeitos de uma descarga elétrica não são perceptíveis de imediato. Saber identificar os sinais de que seus equipamentos já sofreram algum tipo de impacto é essencial para agir antes que o dano seja total.
Fique atento a:
- Travamentos e reinicializações frequentes de computadores, servidores ou controladores industriais;
- Aparelhos que param de funcionar sem motivo aparente, mesmo com energia estável;
- Cheiro de queimado leve próximo a painéis ou equipamentos eletrônicos;
- Fontes e carregadores que esquentam demais ou apresentam ruído incomum;
- Redução na performance de equipamentos sensíveis, como sistemas de CFTV ou automação predial;
- Desgaste precoce de baterias de nobreaks, indicando sobrecarga constante ou picos de tensão não mitigados.
Esses sintomas indicam que há um histórico de surtos ou oscilações prejudiciais, mesmo que a descarga principal não tenha sido visível.
O diagnóstico precoce pode evitar prejuízos maiores — por isso, mantenha inspeções frequentes e considere uma atualização na proteção elétrica do ambiente.
Segurança energética é prioridade estratégica
Investir em proteção contra descargas elétricas não é um custo. É uma medida de continuidade operacional. Empresas preparadas enfrentam menos interrupções, têm maior durabilidade dos equipamentos e operam com mais confiabilidade.
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Nossos equipamentos contam com proteção contra surtos, monitoramento inteligente e integração com sistemas de automação, garantindo mais segurança para redes críticas.
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Perguntas Frequentes
O que são descargas elétricas?
Descargas elétricas são transferências súbitas de energia elétrica causadas por diferenças de potencial, seja na atmosfera (como raios) ou dentro da própria rede elétrica, por manobras, curtos-circuitos ou falhas operacionais. Elas geram picos de tensão e corrente capazes de danificar ou destruir equipamentos eletrônicos.
Descargas elétricas são sempre causadas por raios?
Não. Embora os raios sejam a forma mais conhecida, descargas elétricas também podem ser provocadas por eventos dentro da rede elétrica, como religamentos automáticos, curtos-circuitos, quedas e retomadas abruptas de energia, além de problemas em transformadores e linhas de transmissão.
Mesmo que o raio não atinja diretamente minha empresa, ainda corro risco?
Sim. Descargas atmosféricas podem gerar surtos indutivos que se propagam por quilômetros através de cabos de energia, telefonia, dados e antenas. Isso significa que um raio que atinge um poste na rua ou até outro bairro pode induzir uma sobretensão capaz de danificar equipamentos na sua instalação.
Qual é a diferença entre surtos de tensão e quedas de energia?
Surtos de tensão são aumentos abruptos e de curta duração na tensão elétrica, geralmente causados por descargas elétricas ou manobras na rede. Já as quedas de energia são interrupções parciais ou totais no fornecimento elétrico. Enquanto as quedas causam paralisação, os surtos podem queimar equipamentos de forma instantânea ou silenciosa, causando danos acumulativos.
Quais equipamentos são mais vulneráveis às descargas elétricas?
Equipamentos eletrônicos sensíveis são os mais afetados, especialmente servidores, computadores, centrais telefônicas, sistemas de CFTV, roteadores, switches, CLPs (controladores lógicos programáveis), automação predial, sensores industriais e qualquer equipamento com microprocessadores.
Fusíveis e disjuntores protegem contra descargas elétricas?
Não. Fusíveis e disjuntores são projetados para proteger contra sobrecorrente (curto-circuito ou sobrecarga contínua), não contra surtos de alta tensão e curta duração. Eles são lentos demais para responder aos picos de tensão causados por descargas elétricas.
Qual é o papel do DPS na proteção contra descargas?
O DPS (dispositivo de proteção contra surtos) detecta picos de tensão e desvia essa energia excedente diretamente para o sistema de aterramento antes que ela alcance os equipamentos. É a primeira linha de defesa contra surtos provenientes da rede elétrica e descargas atmosféricas.
Preciso instalar mais de um DPS na empresa?
Sim. A proteção eficaz é feita em camadas. Usa-se DPS de tipo 1 na entrada geral (para proteção contra raios diretos), tipo 2 nos quadros de distribuição (para surtos indiretos) e tipo 3 próximo dos equipamentos mais sensíveis (para proteção final contra surtos residuais).
E se meu aterramento não estiver adequado?
Se o aterramento não estiver funcionando corretamente, o DPS não terá onde descarregar o excesso de energia. Isso faz com que a energia do surto continue circulando pela instalação, causando danos. Portanto, um sistema de aterramento eficiente é indispensável e deve ser projetado de acordo com as normas NBR 5410 e NBR 5419.
Nobreak também protege contra surtos?
Sim, desde que seja um nobreak de qualidade, equipado com filtros de linha e supressores de surtos embutidos. Nobreaks profissionais, como os da TS Shara, oferecem proteção tanto contra quedas de energia quanto contra surtos, além de garantir autonomia na falta de energia