Inteligência Artificial otimiza eficiência energética

Por Jamil Mouallem

 

Especialmente na última década, com o agravamento do aquecimento global, a busca por soluções sustentáveis tem acelerado a modernização do setor energético, que ganha mais eficiência com o uso de tecnologias conectadas, como IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial (IA). Nesse artigo, vou comentar como a implementação de IA em sistemas de energia tem o potencial de otimizar o consumo, reduzir desperdícios e, consequentemente, minimizar o impacto ambiental.  

A IA permite a análise de grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões de consumo e prevendo demandas futuras com uma precisão inédita. Essa capacidade de avaliar o cenário e adaptar o uso de energia conforme a necessidade específica tem sido essencial para empresas e residências que buscam eficiência energética.  

Um exemplo prático dessa aplicação é a utilização de algoritmos de IA em redes elétricas inteligentes, as chamadas “smart grids”. Essas redes não apenas monitoram o fluxo de energia, mas também ajustam automaticamente a distribuição para onde é mais necessária, evitando sobrecargas e melhorando a resiliência do sistema. Além disso, as smart grids podem integrar fontes de energia renovável, como solar e eólica, de forma mais eficaz, equilibrando a oferta e demanda.  

Como não existe ganho sem dor, nos últimos anos, as emissões de carbono por data centers cresceram de forma expressiva, aceleradas justamente pelo crescimento da IA. Na contrapartida, com a utilização de sistemas inteligentes em suas redes elétricas, as empresas conseguiram reduzir significativamente os custos operacionais e, ao mesmo tempo, se tornaram mais sustentáveis.  

O Google e a Microsoft, por exemplo, utilizam IA para otimizar o uso de energia em seus data centers, cujas operações geram alto consumo energético. Segundo dados da Energy Information Administration (EIA), dos Estados Unidos, cada uma das duas empresas utilizou um total de 24 TWh (terawatts-hora) de energia em 2023, o que supera a demanda de países como Gana, Islândia, República Dominicana e Tunísia, entre outros.   

Além do setor privado, governos ao redor do mundo têm investido em IA para melhorar a eficiência energética em infraestrutura. Podemos citar cidades como Barcelona e Singapura como referências no uso da inteligência artificial para o gerenciamento da iluminação pública, reduzindo o consumo de energia em até 30%.  

No Brasil, a IA também vem ganhando espaço no setor de energia, viabilizando projetos de smart cities e movimentando a economia no setor elétrico. O setor de equipamentos de infraestrutura energética, como nobreaks e filtros de linha, foi um dos que precisaram se adaptar à IA para atender necessidades de data centers cada vez mais robustos e dependentes de energia 24×7.  

Contudo, o avanço da IA no setor energético também traz desafios. A integração desses sistemas com infraestruturas tradicionais pode ser complexa e exige investimentos significativos, o que inclui uma arquitetura de dados capaz de treinar algoritmos com legitimidade. Além disso, questões relacionadas à segurança cibernética tornam-se ainda mais críticas, à medida que a digitalização do setor energético avança.  

Apesar dos desafios, posso afirmar que a inteligência artificial desempenha um papel essencial na transição para um futuro energético mais sustentável e eficiente. À medida que a tecnologia avança e se torna mais acessível, espera-se que seu impacto positivo se amplie, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia global.  

  

Jamil Mouallem é diretor comercial e de marketing da TS Shara, indústria nacional fabricante de nobreaks, inversores e estabilizadores de tensão e protetores de rede inteligente.  

 

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Guta Campos – guta@capitalinformacao.com.br 

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