Fabricante de nobreak denuncia concorrência desleal
Consumidor pode estar pagando mais barato por estabilizador da marca Forceline e isso é um sinal de alerta: ele pode ter adquirido um produto irregular e não só isso, o produto pode causar danos aos seus equipamentos eletrônicos e de informática e comprometer sua segurança.
Ao identificar que as vendas caíram depois que o estabilizador Eternity, da Forceline, estava sendo vendido a preço abaixo do valor de mercado para este modelo de equipamento, a TS SHARA Tecnologia de Sistemas, desconfiada de irregularidades no produto, o que daria a empresa concorrente a possibilidade de adulterar também o preço, resolveu tirar a prova. O produto foi enviado pela TS SHARA ao laboratório TÜV Rheinland do Brasil Ltda, que realizou testes e reprovou o estabilizador, conforme relatório de ensaio emitido ao final do mês de junho deste ano. Entre as irregularidades encontradas, o laboratório cita o uso do selo do INMETRO sem que o produto esteja nos padrões para a certificação. A TS SHARA também fez denúncia em todos os órgãos competentes para este caso, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.
As irregularidades
De acordo com relato do laboratório TÜV Rheinland do Brasil, os estabilizadores Eternity, da Forceline, além de não atenderem às especificações de regulação, o que possibilita que os produtos apresentem na saída uma tensão de saída maior que a especificada, não possuem filtro de linha, proteção contra subtensão e sobretensão, nem proteção contra sobrecarga e sobreaquecimento do transformador. Os estabilizadores ainda são comercializados sem conter indicação de que os mesmos não podem ser utilizados para equipamentos de sustentação à vida.
A suspeita sobre as irregularidades começou em 12/2011 quando a TS SHARA e outros industriais do setor em negociação com seus canais de venda perceberam que a Forceline conseguia oferecer vantagem no preço muito mais atrativo do que de fato era possível um fabricante praticar, sem que o mesmo perdesse sua margem de lucro. A prática logo resultou numa concorrência desleal. “Então fomos até uma loja, compramos um produto, com nota fiscal, testamos e confirmamos o que já esperávamos. Diante da certeza denunciamos a todos os órgãos cabíveis para tentar frear tal prática, zelarmos pelo nosso negócio, pela justa concorrência no nosso segmento e pelo consumidor, que não faz ideia do quanto sua segurança pode estar ameaçada”,alerta o presidente da TS SHARA, Pedro Al Shara.
O problema que vem se arrastando há meses já trouxe prejuízos significativos para os demais representantes do segmento. Somente a TS SHARA já amargou perdas estimadas em R$ 200.000,00, resultado da queda nas vendas de estabilizadores em até 15% nos produtos que atendem a mesma linha da empresa concorrente, sem contar os possíveis prejuízos aos quais os consumidores em todo o Brasil continuam expostos.